Postado em: 9 março, 2022

Projeto SETA – Caminhos Possíveis: série sobre educação antirracista no Brasil é lançada em transmissão com pesquisadores da área

Os episódios estarão disponíveis, a partir de abril, na plataforma do Globoplay e no Canal Futura.

Na tarde da última quarta-feira, 09 de março, às 17h, ocorreu o lançamento da série audiovisual SETA – Caminhos Possíveis, no perfil do Youtube do Canal Futura, produzida pelo Projeto Seta (Sistema de Educação por uma Transformação Antirracista), em parceria com o Canal Futura e a Fundação Roberto Marinho. A produção audiovisual apresenta, ao longo de quatro episódios, a importância da educação antirracista no Brasil, a partir de diversas perspectivas, como a indígena, periférica e quilombola, além disso, conta com análises de especialistas sobre o tema.

Participaram da transmissão o Doutor em Educação, Alexsandro Santos, a Coordenadora da Campanha Nacional pela Educação, Andressa Pellanda, Coordenadora do Programa de Educação do Geledés – Instituto da Mulher Negra, Suelaine Carneiro, e a Gestora do Centro de Desenvolvimento dos profissionais da Educação do Rio Grande do Sul, Naomy de Oliveira Ramos. E para mediar o evento, a jornalista Louise Freire.

Durante o lançamento, os espectadores puderam compreender a importância desta produção para a sociedade brasileira, não apenas como mais uma série para acompanhar, mas como uma maneira de educar por um viés antirracista toda uma sociedade. Segundo Suelaine Carneiro, que iniciou as falas do evento, essa agenda ainda é urgente, apesar do longo caminho de articulação e atuação que se percorreu até os dias de hoje. “O espaço escolar ainda é um lugar onde violências começam a marcar a trajetória dos estudantes desde os primeiros anos. Mais do que nunca, essa coalizão, que é o Projeto Seta, é fundamental para que a gente amplie o campo das pessoas comprometidas com a igualdade e com o enfrentamento das desigualdades na educação”, pontua Carneiro.

E dentro deste cenário de educação, um dos pontos abordados no lançamento foi a participação da mídia como uma aliada na conscientização das pessoas, combatendo não apenas o racismo, mas as diversas outras formas de . De acordo com Andressa Pellanda, a comunicação possui um papel de extrema importância, não apenas em informar, mas também em não compactuar com o racismo. “Ela precisa estar no lugar de colaboração para essa agenda, para que gente construa uma sociedade antirracista”, analisa Andressa.

(foto e legenda) Gravações na comunidade Quilombo Rio dos Macacos. Foto: Divulgação/Projeto SETA

A série possui como um dos principais objetivos provocar reflexões em quem a assiste, fazendo com que se questione a história que aprenderam na sala de aula, tendo como base as novas perspectivas que não são contempladas nas escolas, na educação formal. E essa forma de aumentar o diálogo entre toda a sociedade é um ponto abordado Alexsandro Santos acredita ser primordial ouvir quem, historicamente, são as vítimas de um contrato de exclusão racial. “Para a gente construir uma educação antirracista, não podemos invisibilizar, excluir e apagar o protagonismo dessas pessoas. Precisamos aprender com os movimentos sociais negros, movimentos indígenas, de mulheres e periféricos […] como é que a gente transforma a educação brasileira”, argumenta Santos.

(foto e legenda) Registro de trecho de vídeo da série no Parque das Tribos, em Manaus. Foto: Reprodução

Durante a transmissão foi apresentado uma parte do primeiro episódio, no qual moradores da comunidade da Maré, no Rio de Janeiro, lutam por uma educação pública de qualidade. Ao trazer a cultura periférica, Naomy de Oliveira Ramos, acredita que diversos grupos podem se identificar, pois segundo a gestora valoriza a memória, o território e a identidade dessas pessoas. “Nós falamos da conexão do estudante com a escola, mas qual estudante? Estamos dispostos a valorizar a cultura dos estudantes periféricos, dos quilombolas e indígenas no ambiente escolar? […] Educação é poder. Transformar esses espaços escolares, para estudantes negros estarem e, principalmente, permanecerem, é fundamental”, finaliza Naomy.

(foto e legenda) Bastidores do lançamento com a equipe do Canal Futura. Foto: Divulgação/Projeto SETA

A produção é uma parceria do Canal Futura, Fundação Roberto Marinho e Projeto SETA, uma aliança inovadora com outras sete organizações, nacionais e internacionais, da sociedade civil, que visam, juntas, proporcionar conhecimento e debate.

Os episódios estarão disponíveis, a partir de abril, na plataforma do Globoplay e no Canal Futura. E para quem perdeu o lançamento, basta acessar o canal do Youtube para conferir na íntegra.

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