Postado em: 12 novembro, 2024

Projeto SETA participa, pela primeira vez, da Reunião Global de Educação 2024

Reunião Global de Educação 2024

Encontro voltado para a educação, promovido pela Unesco, reuniu representantes de 94 países

Nos dias 31 de outubro e 01 de novembro, o Centro de Eventos do Ceará, localizado em Fortaleza, foi palco do Global Education Meeting (GEM). A Reunião Global de Educação 2024, promovida pela Unesco, reuniu representantes de 94 países a fim de promover o diálogo multilateral, intersetorial e multissetorial, reconhecendo a educação como um equalizador social para o desenvolvimento sustentável. O Projeto SETA esteve presente nas mesas de debate, contou com um stand onde apresentou a organização ao público e, também, entregou uma carta a UNESCO, ao Ministro da Educação Camilo Santana e aos demais participantes, com um apelo pela priorização global da educação antirracista e da equidade racial no campo de ensino.

“O evento foi uma oportunidade para discutirmos pontos estratégicos e relevantes ao nosso processo, que é a inclusão da temática antirracista e do ensino para as relações étnico-raciais na agenda global de educação”, comentou Ana Paula Brandão, Gestora do Projeto SETA e Diretora Programática da ActionAid.

Campanha Nacional Pelo Direito à Educação participa de painel sobre tecnologia na área de ensino

As organizações parceiras do SETA, ActionAid e Campanha Nacional Pelo Direito à Educação, também participaram do encontro e estiveram presentes nas mesas de conversas da programação.

No primeiro dia, Andressa Pellanda, Coordenadora Geral da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação, uma das organizações integrantes da aliança do SETA, participou do painel “Acessibilidade e uso eficaz da tecnologia digital na educação”. Durante sua fala, a profissional ratificou a importante atuação da organização durante a pandemia da COVID-19. De acordo com Andressa, quando as escolas precisaram ficar fechadas, a Instituição foi uma das primeiras a sinalizar a preocupação com o ensino à distância, pois sabiam que a maior parte dos alunos brasileiros não teriam acesso às plataformas de estudo EAD. 

Além de Andressa, integraram a mesa Raïssa Malu, Ministra da Educação da República Democrática do Congo, o Professor Nasser Alaqeeli, Vice-Ministro da Educação da Arábia Saudita, e Yevhen Kudriavets, Primeiro Vice-Ministro da Educação e Ciência Ucrânia. 

Justiça tributária e reformas na educação 

O segundo e último dia de evento contou com a participação de David Archer, Chefe de Programas da ActionAid Internacional, que integrou a sessão paralela “Justiça Tributária e reformas na educação”. Além do profissional, compuseram a mesa: Lugoloobi Amos, Ministro de Estado das Finanças, Planejamento e Desenvolvimento Econômico, da Uganda, Ramón Rolando Reyes Luna, Vice-Ministro do Planejamento e Desenvolvimento Educacional, da República Dominicana, e Sanjeev Gupta, Membro do Centro para o Desenvolvimento Global e ex-vice-diretor de Assuntos Fiscais do Fundo Monetário Internacional.

Archer destacou sobre a relevância  de tratar  da pauta gastos em um evento de educação é muito relevante. “Para nós, é muito importante participar de um encontro dessa magnitude, pois precisamos, imediatamente, arrecadar mais recursos destinados ao ensino e, também, enxergar o cenário de forma macro e completa, com taxações mais justas e o fim da austeridade com o objetivo de financiarmos uma instrução pública de qualidade”, reforçou o Chefe de Programas da ActionAid Internacional. De acordo com ele, é necessário desafiar o Fundo Monetário Internacional, mas, atualmente, existe um silêncio sobre essa questão.  

Segundo informações da Unesco, o Global Education Meeting 2024 contou com a presença de mais de 50 ministros e vice-ministros de todo o mundo e, durante as 5 plenárias e 19 sessões paralelas, teve a presença de mais de 650 participantes. 

 

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O racismo estrutural no Brasil tem dificultado, de forma sistêmica, o acesso ao direito a uma educação pública igualitária e de qualidade pelos estudantes negros, quilombolas e indígenas. A qualidade da educação que as crianças recebem no Brasil é profundamente segmentada por status racial e socioeconômico. E, hoje, identifica-se que as lacunas entre crianças brancas e crianças negras, quilombolas e indígenas, em todos os indicadores da educação básica, são persistentes e mais graves para jovens de 11 a 17 anos. Crianças e jovens negros, quilombolas e indígenas são os mais propensos a abandonar a escola, têm maiores taxas de exclusão e menor nível educacional. Portanto, a eles são destinados os empregos de menor prestígio e salários mais baixos quando adultos. Enquanto isso, os alunos brancos internalizam as desigualdades raciais a que são expostos nas escolas e as replicam quando adultos. Quando se observa os indicadores de aprendizagem, conclui-se também que não há apenas mais barreiras de acesso à escola para crianças negras, quilombolas e indígenas, mas, que uma vez na escola, essas crianças são menos propensas a acessar à educação de qualidade.

O Projeto SETA busca realizar ações transformadoras com base em evidências resultantes de estudos que ajudam a compreender a complexidade das relações raciais no país e as problemáticas delas decorrentes que precisam ser enfrentadas. Neste sentido, prevê uma série de estudos com recortes nacional e regionais em seus territórios de intervenção, especialmente no Amazonas, Maranhão, Rio de Janeiro e São Paulo. O objetivo é mapear a percepção da sociedade em geral, de profissionais da educação e estudantes sobre o racismo, as desigualdades raciais em geral e na educação, a efetividade das políticas de combate ao racismo, as lacunas de ferramentas e metodologias para fomento à equidade racial e as estratégicas bem-sucedidas e boas práticas nacionais e internacionais que podem inspirar ações de valorização da diversidade e das diferenças e de mitigação das desigualdades, especialmente na área de educação.

1) Pesquisa bianual de mapeamento de público sobre percepções do racismo pela sociedade brasileira.
2) Grupos focais bianuais sobre percepções do racismo pelas comunidades escolares.
3) Monitoramento e avaliação dos indicadores educacionais com análise dos indicadores da educação com foco em raça, gênero e território.
4) Estudos liderados pelas organizações que compõem o Projeto SETA sobre “educação escolar indígena”, “educação escolar quilombola”, “trajetória educacional de meninas negras”, “juventude negra, educação e violência”, “impacto da reforma do ensino médio no aprofundamento das desigualdades educacionais” e “construção participativa de indicadores e diagnóstico sobre qualidade na educação e relações raciais”.
Todas essas produções são/serão disponibilizadas publicamente para auxiliar a sociedade na construção de narrativas qualificadas, com base no retrato da realidade, em defesa da equidade racial na educação, além de orientar ações do projeto.

O PROJETO SETA – SISTEMA DE EDUCAÇÃO PARA UMA TRANSFORMAÇÃO ANTIRRACISTA É UM PROJETO APOIADO PELA FUNDAÇÃO W. K. KELLOGG, DESDE 2021, QUE REÚNE ORGANIZAÇÕES NACIONAIS E INTERNACIONAIS EM ATUAÇÃO CONJUNTA POR UMA EDUCAÇÃO PÚBLICA ANTIRRACISTA E DE QUALIDADE.