Postado em: 7 março, 2022

SETA – caminhos possíveis: Série Inédita Aborda a Importância da Educação Antirracista no Brasil

Produção do Projeto SETA reúne depoimentos das populações indígenas, quilombolas e negras. Lançamento ocorre dia 09 de março, no Youtube do Canal Futura

Será lançada na próxima quarta-feira, 09 de março, às 17h, na página do youtube do Canal Futura, a série SETA – Caminhos Possíveis. Realizada pelo Projeto SETA (Sistema de Educação por uma Transformação Antirracista), em parceria com a Fundação Roberto Marinho e o Canal Futura, a produção audiovisual conta com quatro episódios sobre a importância da educação antirracista no Brasil a partir das perspectivas indígena, quilombola, periférica e, ainda, uma análise de especialistas sobre o tema no Brasil. Os episódios estarão disponíveis no Globoplay e no Canal Futura a partir de abril.

O evento de lançamento on-line ocorre em alusão ao 21 de março, data marco do Dia pela Eliminação da Discriminação Racial, e contará com as participações de: Alexsandro Santos, Doutor em Educação, Andressa Pellanda, coordenadora da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Suelaine Carneiro, coordenadora do Programa de Educação do Geledés – Instituto da Mulher Negra e Naomy de Oliveira Ramos, Gestora do Centro de Desenvolvimento dos profissionais da Educação do Rio Grande do Sul. A mediação fica por conta da jornalista Louise Freire.

A proposta da série audiovisual, gravada na Favela da Maré, no Rio de Janeiro, no Quilombo Rio dos Macacos, na Bahia e no Parque das Tribos, em Manaus, é provocar reflexões, compartilhar histórias e fomentar a relevância da pauta para o desenvolvimento do país. Ao longo dos episódios, os espectadores também serão convidados a questionar a história que aprenderam na escola, com base em novas perspectivas que não são contempladas na educação formal.

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O racismo estrutural no Brasil tem dificultado, de forma sistêmica, o acesso ao direito a uma educação pública igualitária e de qualidade pelos estudantes negros, quilombolas e indígenas. A qualidade da educação que as crianças recebem no Brasil é profundamente segmentada por status racial e socioeconômico. E, hoje, identifica-se que as lacunas entre crianças brancas e crianças negras, quilombolas e indígenas, em todos os indicadores da educação básica, são persistentes e mais graves para jovens de 11 a 17 anos. Crianças e jovens negros, quilombolas e indígenas são os mais propensos a abandonar a escola, têm maiores taxas de exclusão e menor nível educacional. Portanto, a eles são destinados os empregos de menor prestígio e salários mais baixos quando adultos. Enquanto isso, os alunos brancos internalizam as desigualdades raciais a que são expostos nas escolas e as replicam quando adultos. Quando se observa os indicadores de aprendizagem, conclui-se também que não há apenas mais barreiras de acesso à escola para crianças negras, quilombolas e indígenas, mas, que uma vez na escola, essas crianças são menos propensas a acessar à educação de qualidade.

O Projeto SETA busca realizar ações transformadoras com base em evidências resultantes de estudos que ajudam a compreender a complexidade das relações raciais no país e as problemáticas delas decorrentes que precisam ser enfrentadas. Neste sentido, prevê uma série de estudos com recortes nacional e regionais em seus territórios de intervenção, especialmente no Amazonas, Maranhão, Rio de Janeiro e São Paulo. O objetivo é mapear a percepção da sociedade em geral, de profissionais da educação e estudantes sobre o racismo, as desigualdades raciais em geral e na educação, a efetividade das políticas de combate ao racismo, as lacunas de ferramentas e metodologias para fomento à equidade racial e as estratégicas bem-sucedidas e boas práticas nacionais e internacionais que podem inspirar ações de valorização da diversidade e das diferenças e de mitigação das desigualdades, especialmente na área de educação.

1) Pesquisa bianual de mapeamento de público sobre percepções do racismo pela sociedade brasileira.
2) Grupos focais bianuais sobre percepções do racismo pelas comunidades escolares.
3) Monitoramento e avaliação dos indicadores educacionais com análise dos indicadores da educação com foco em raça, gênero e território.
4) Estudos liderados pelas organizações que compõem o Projeto SETA sobre “educação escolar indígena”, “educação escolar quilombola”, “trajetória educacional de meninas negras”, “juventude negra, educação e violência”, “impacto da reforma do ensino médio no aprofundamento das desigualdades educacionais” e “construção participativa de indicadores e diagnóstico sobre qualidade na educação e relações raciais”.
Todas essas produções são/serão disponibilizadas publicamente para auxiliar a sociedade na construção de narrativas qualificadas, com base no retrato da realidade, em defesa da equidade racial na educação, além de orientar ações do projeto.

O PROJETO SETA – SISTEMA DE EDUCAÇÃO PARA UMA TRANSFORMAÇÃO ANTIRRACISTA É UM PROJETO APOIADO PELA FUNDAÇÃO W. K. KELLOGG, DESDE 2021, QUE REÚNE ORGANIZAÇÕES NACIONAIS E INTERNACIONAIS EM ATUAÇÃO CONJUNTA POR UMA EDUCAÇÃO PÚBLICA ANTIRRACISTA E DE QUALIDADE.