Postado em: 15 março, 2023

SETA realiza primeira reunião do ano com organizações que compõem o projeto

Durante o encontro foram abordados temas como plano de governança e estratégia de comunicação

Em fevereiro, o Projeto SETA reuniu, na sede da Ação Educativa, em São Paulo, as sete organizações que o compõem – ActionAid, Ação Educativa, Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (CONAQ), Geledés – Instituto da Mulher Negra, Makira-E’ta e a Uneafro Brasil. Foi o primeiro encontro presencial desde que a iniciativa foi anunciada como uma das premiadas do “Desafio de Equidade Racial 2030”, da Fundação Kellogg.

Durante o encontro foram discutidos temas sobre atualização das atividades para o orçamento, plano de governança, estratégia de comunicação e de articulação e, também, ocorreu a primeira reunião do conselho consultivo do SETA.

A coordenadora da Ação Educativa, Ednéia Gonçalves, destacou a importância e parceria com o SETA. “O projeto chega para coroar essa jornada de quase trinta anos, trazendo a oportunidade de trabalharmos com organizações potentes que têm em suas trajetórias tanto o combate contra o racismo, como a interseccionalidade dos temas de raça e gênero. Foi uma grande oportunidade realizar o evento aqui na nossa sede. Também somos um espaço que se dedica aos encontros, as trocas e as possibilidades de trabalhar em rede”, comentou Ednéia.

Já Dandara Oliveira, especialista de Articulação e Projetos no SETA/ActionAid, comentou: “Foi um encontro muito especial de reconexão entre todos os envolvidos e novos acordos em relação ao andamento do projeto pelos próximos oito anos. Além disso, foi um momento de afeto entre todas as organizações que compõem o projeto”. Para a profissional, a agenda também serviu para reafirmar as parcerias e a construção de novos caminhos dentro da iniciativa.

Novas parcerias

A reunião foi a oportunidade para conhecer pessoalmente os novos colaboradores do SETA. A partir de agora, se juntam à equipe: Zama Mthunzi, especialista global, que ficará lotado na sede da ActionAid, na África do Sul, e as pesquisadoras da Universidade de Bristol, na Inglaterra, Sharon Walker e Aratu Sriprakash.

“Temos feito reuniões separadas com todas as organizações para referendar o planejamento, fazer as alterações necessárias considerando o novo governo e as oportunidades. Um momento aqui para validar o que temos, sair com novas ideias e seguirmos com nossas ações”, explicou Ana Paula Brandão, diretora de programas na ActionAid e do Projeto SETA.

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O racismo estrutural no Brasil tem dificultado, de forma sistêmica, o acesso ao direito a uma educação pública igualitária e de qualidade pelos estudantes negros, quilombolas e indígenas. A qualidade da educação que as crianças recebem no Brasil é profundamente segmentada por status racial e socioeconômico. E, hoje, identifica-se que as lacunas entre crianças brancas e crianças negras, quilombolas e indígenas, em todos os indicadores da educação básica, são persistentes e mais graves para jovens de 11 a 17 anos. Crianças e jovens negros, quilombolas e indígenas são os mais propensos a abandonar a escola, têm maiores taxas de exclusão e menor nível educacional. Portanto, a eles são destinados os empregos de menor prestígio e salários mais baixos quando adultos. Enquanto isso, os alunos brancos internalizam as desigualdades raciais a que são expostos nas escolas e as replicam quando adultos. Quando se observa os indicadores de aprendizagem, conclui-se também que não há apenas mais barreiras de acesso à escola para crianças negras, quilombolas e indígenas, mas, que uma vez na escola, essas crianças são menos propensas a acessar à educação de qualidade.

O Projeto SETA busca realizar ações transformadoras com base em evidências resultantes de estudos que ajudam a compreender a complexidade das relações raciais no país e as problemáticas delas decorrentes que precisam ser enfrentadas. Neste sentido, prevê uma série de estudos com recortes nacional e regionais em seus territórios de intervenção, especialmente no Amazonas, Maranhão, Rio de Janeiro e São Paulo. O objetivo é mapear a percepção da sociedade em geral, de profissionais da educação e estudantes sobre o racismo, as desigualdades raciais em geral e na educação, a efetividade das políticas de combate ao racismo, as lacunas de ferramentas e metodologias para fomento à equidade racial e as estratégicas bem-sucedidas e boas práticas nacionais e internacionais que podem inspirar ações de valorização da diversidade e das diferenças e de mitigação das desigualdades, especialmente na área de educação.

1) Pesquisa bianual de mapeamento de público sobre percepções do racismo pela sociedade brasileira.
2) Grupos focais bianuais sobre percepções do racismo pelas comunidades escolares.
3) Monitoramento e avaliação dos indicadores educacionais com análise dos indicadores da educação com foco em raça, gênero e território.
4) Estudos liderados pelas organizações que compõem o Projeto SETA sobre “educação escolar indígena”, “educação escolar quilombola”, “trajetória educacional de meninas negras”, “juventude negra, educação e violência”, “impacto da reforma do ensino médio no aprofundamento das desigualdades educacionais” e “construção participativa de indicadores e diagnóstico sobre qualidade na educação e relações raciais”.
Todas essas produções são/serão disponibilizadas publicamente para auxiliar a sociedade na construção de narrativas qualificadas, com base no retrato da realidade, em defesa da equidade racial na educação, além de orientar ações do projeto.

O PROJETO SETA – SISTEMA DE EDUCAÇÃO PARA UMA TRANSFORMAÇÃO ANTIRRACISTA É UM PROJETO APOIADO PELA FUNDAÇÃO W. K. KELLOGG, DESDE 2021, QUE REÚNE ORGANIZAÇÕES NACIONAIS E INTERNACIONAIS EM ATUAÇÃO CONJUNTA POR UMA EDUCAÇÃO PÚBLICA ANTIRRACISTA E DE QUALIDADE.